O amor não tem nada a ver com alianças, expectativas, promessas ou contratos. Amor é quando você chega em casa e tem pão de queijo quentinho te esperando.
Escutatória e a beleza do silêncio
“Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. A ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia”
(Rubem Alves)
Bloquinho: rascunhos e poesias
Os bloquinhos, eles me encantam! São retalhos, são relatos. Chegam a nossas mãos imaculados e o tempo, – a vida -, se encarrega de ir preenchendo suas páginas brancas. Ora recheado com lembranças e traços doces, outras tantas vezes com rabiscos e consternações.
A companhia do bloquinho me dá liberdade para rabiscar e me fez compreender mais facilmente que os rascunhos fazem parte da vida, que não estamos tentando jogar com cartas marcadas, que ganhamos e que perdemos, mas que, sobretudo, existe uma luta viva, um duelo interior, que teima em confiar num amanhecer deslumbrante.
A partir de agora vocês verão meu bloquinho com bastante frequência aqui.
Coleção de Frases: As vantagens de ser invisível
“Então, esta é a minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim.”
“Eu sei que tem pessoas que dizem que essas coisas não acontecem, e que isso serão apenas histórias um dia. Mas agora nós estamos vivos. E nesse momento, eu juro. Nós somos infinitos.”
“Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos.”
“É como se ele tirasse uma foto da Sam e a foto saísse linda. E ele pensasse que o motivo para a foto sair bonita fosse ele fotografar bem. Se eu fizesse a foto, saberia que o único motivo da beleza é a própria Sam. Eu acho que é ruim quando um cara olha para uma garota e pensa que a forma como ele a vê é melhor do que a garota realmente é. E acho ruim quando a forma mais sincera de um cara olhar uma garota é através de uma câmera.”
“Eu acho que somos quem somos por várias razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas.”
“É muito mais fácil não saber das coisas de vez em quando.”
“Deixei que o silêncio colocasse as coisas no lugar em que elas deveriam estar”
“Sempre acho que um livro é meu favorito até eu ler outro.”
“Ele é invisível. (…) Você vê as coisas. Você guarda silêncio sobre elas. E você compreende.”
“Sam me olhou com doçura. E me abraçou. E eu fechei os olhos, porque só queria sentir os seus braços. E ela me deu um beijo na testa e sussurrou para que ninguém mais ouvisse:
-Eu te amo.”
“Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara à barriga dolorida pelas razões certas. E essa era ótima.”
“Quando estava indo para casa, só conseguia pensar na palavra ‘especial’. E pensei que a última pessoa que me disse isso foi a tia Helen. Foi muito bom ter ouvido isso novamente. Porque eu acho que todos nós nos esquecemos às vezes. E eu acho que todo mundo é especial à sua própria maneira. É o que eu penso.”
“Às vezes eu olho para fora e penso que um monte de outras pessoas viu essa neve antes, que um monte de outras pessoas leu aqueles livros antes. E ouviram aquelas canções. Eu me pergunto como elas estão se sentindo esta noite.”
“Eu me sinto infinito”
Resenha: Bela Maldade (Rebecca James)
Meninas!
Que saudade de vocês! Vida corrida demais, mas hoje eu trouxe uma resenha nova. Espero que gostem
Li recentemente Bela Maldade, o romance de estreia da australiana Rebecca James e achei interessante. Apesar de não ter nada de extraordinário, – é até bem previsível – o livro é fluido e envolvente. Conta a história de Katherine, uma garota de 17 anos, que vive um drama depois que uma tragédia familiar em seu passado recente, envolvendo a irmã mais nova, acaba com a vida dela e de seus familiares. Ela se sente culpada pelo que aconteceu a irmã e tenta se livrar dessas lembranças indo morar com a tia em Sidney.
Então, na tentativa de esquecer o fatídico episódio, ela se matricula em uma nova escola e a princípio se mantém arredia e distante das pessoas. É nesse ambiente que conhece Alice, uma menina bonita, comunicativa e simpática que conquista a confiança de Katherine e se torna sua melhor amiga. Mas as coisas não são exatamente como parecem. Alice tem um caráter bastante duvidoso e aos poucos vai se mostrando uma pessoa cruel, maldosa, doente e vingativa.
Bela Maldade é dividido em duas partes e narrado sob a luz de Katherine em três momentos diferentes da vida dela: Passado recente – a noite em que aconteceu a tragédia que destruiu a família de Katherine, o momento em que ela está com Alice – e cinco anos depois, quando Katherine está com a filha Sarah. Apesar de no início ser um pouco confuso, eu considerei a oscilação da narrativa positiva, acho que instigou a curiosidade do leitor e deixou o livro mais interessante.
Desde o início do livro nós já somos apresentados ao final da história. O leitor sabe que aconteceu uma tragédia na vida de Katherine, que Alice é má, que Robbie é bom e doce – não existe surpresa quanto a isso –, mas o leitor só vai descobrindo a forma como tudo aconteceu com o desenrolar da história, em doses homeopáticas.
O livro é bem curtinho, então acho que prejudicou um pouco na construção dos personagens. Todos eles têm personalidades pouco profundas. Alice é quem mais se desenvolve com complexidade, mas ainda assim achei insuficiente. A inocência e a auto-flagelação de Katherine me incomodou um pouco também.
O livro está na faixa do Regular-Bom. Não é o melhor livro que já li, mas acho que ninguém perde nada por ler.
Resenha: Legend (Marie Lu)
No ano 2130 o que era o oeste dos Estados Unidos se transformou na República, uma nação militarizada em constante guerra com seus vizinhos, as Colônias.
Na República o futuro de todas as crianças é decidido aos dez anos de idade. Elas são submetidas a uma prova que testa as aptidões intelectuais e físicas. Os jovens mais inteligentes são recrutados pelo governo para servir a pátria e os que não conseguem passar na prova são enviados para os campos de trabalho.
June é um prodígio, a única pessoa da história da República que conseguiu alcançar a pontuação máxima na prova de aptidões. Day foi reprovado e se transformou no criminoso juvenil mais procurado do país. Ele é uma lenda. Tão esperto e ágil quanto um delinquente poderia ser.
Mas Day e as Colônias não são a única preocupação da República. Ela ainda precisa tomar cuidado com os rebeldes Patriotas e com a Praga, uma doença mortal que se alastra pelos setores mais pobres da nação.
As histórias de June e Day se encontram quando o irmão da garota, um capitão da República, é assassinado. June, determinada a vingar a morte do irmão, vai a procura do homicida, que possivelmente é Day.
Além dos protagonistas somos apresentados aos personagens Metias, irmão da June; Tess, uma garota esperta que está sempre ao lado de Day; o soldado Thomas, um amigo e subordinado de Metias; e a Comandante Jameson, cruel e calculista. Outros personagens aparecem brevemente neste primeiro volume, como é o caso de Chian, Primeiro Eleitor (líder da República), Anden (filho do primeiro Eleitor) e Kaede, uma lutadora de Skiz – uma luta proibida apreciada especialmente nos setores marginalizados.
Existem algumas cenas de romance no livro, mas o foco principal está na ação, no perigo de viver nas ruas, nas mentiras, no abuso de poder e a manipulação ideológica do governo.
O livro é curto, dá para terminar em um ou dois dias. Por ser um livro pequeno, senti falta de mais detalhes. Acho que as 256 páginas de Legend foram insuficientes para dar a dimensão da história ao leitor. A autora poderia ter explorado mais os pontos opressores de um governo militar totalitarista, além das mudanças sociais do período.
A narrativa é bem simples e fluída e os capítulos se alternam entre a visão de June e Day. Isso foi bom por que nós temos um panorama estendido da história. A diagramação é um dos pontos fortes. As páginas são amarelas, – que facilitam a leitura-, e têm as bordas escurecidas, dando a impressão de que o livro foi chamuscado. A editora está de parabéns.
Eu quero muito saber como termina essa história. O segundo livro da série foi publicado, no ano passado, nos Estados Unidos com o título Prodigy e estava previsto para ser lançado no Brasil ainda no primeiro semestre de 2013.